Estamos a viver num tempo em que tudo é muito novo e diferente. Numa realidade em que as relações humanas presenciais tiveram que dar lugar às relações online, onde tivemos de aprender a transmitir as nossas emoções sem o conforto do toque. É incrível o esforço das famílias que, de um momento para o outro, foram chamadas para desempenhar muitos outros papéis e que, brilhantemente, estão a superar os diferentes desafios.
A essas famílias os nossos Parabéns!
Contudo, existem outras realidades, onde o tempo de convivência forçado das famílias, a obrigatoriedade de estarem em relação, pode resultar num aumento de conflitos/violência intrafamiliar onde as crianças são os elos mais vulneráveis, estando expostas a várias formas de violência.
Falamos não apenas nas famílias já sinalizadas com historial de maus tratos, mas de novas famílias em que a sinalização desses casos é agora ainda mais difícil, pois perdemos um grande sinalizador: a escola. O universo escolar é o primeiro a sinalizar as alterações de comportamento das crianças, as crianças por vezes veem no professor um adulto em quem podem confiar e contar o que está a acontecer entre paredes. Mas, nesta nova realidade, em que as aulas presenciais passaram a ser dadas à distância, ergueu-se mais uma barreira para a sinalização de novos casos de maus tratos infantis.
Precisamos de uma sociedade atenta, protetora e cuidadora!
Temos de ter consciência que a violação de qualquer direito da criança põe em causa o seu futuro e o futuro de sociedades mais humanas e saudáveis. Os maus tratos infantis provocam grande sofrimento psicológico, muitas vezes traduzindo-se “(…) no insucesso e abandono escolar, ao aumento da violência, à instabilidade no emprego ou ao défice no funcionamento social, bem como a vulnerabilidades emocionais, à psicopatologia e à transmissão intergeracional de padrões de relacionamento e de comportamentos disfuncionais que se refletirão nas gerações futuras(…)”.
A violência contra as crianças tem consequências gravíssimas para toda a comunidade e é, por isso, necessário uma sociedade, uma vizinhança de proximidade, que seja capaz de denunciar os casos de violência. É importante criarmos um sentido de comunidade onde seja possível partilhar as nossas emoções, onde “(…) somos importantes para os outros, os outros preocupam-se connosco e cuidarão de nós quando for necessário. É a sensação de não estar sozinho”.
Linhas de apoio nacional
– Serviço de Informação às Vítimas de Violência Doméstica da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género:
800 202 148 – Linha de contacto gratuita, funciona 24 horas por dia.
SMS para o número 3060
[email protected] (colocar questões, pedidos de apoio e de suporte)
– Participação direta de situações de violência doméstica à GNR, à PSP, diretamente no Portal Queixa Eletrónica: https://queixaselectronicas.mai.gov.pt/SQE2013/default.aspx#tag=MAIN_CONTENT
– APAV | Associação Portuguesa de Apoio à Vítima – 21 358 7900 / 116 006
– Linha de emergência social – 144
– SOS criança que deve também ensinar às crianças – 116 111
Linhas de apoio local, mais próximo de nós
Cascais
– APAV: Gabinete de Apoio à Vítima de Cascais – 2146664271
– CPCJ Cascais – 214 815 282 / 914943685 – cpcj.[email protected] / [email protected]
– Hospital de Cascais – 214 653 000 – [email protected]
– GNR de Alcabideche – 217 653 310 / 217 653 318 – [email protected]
– PSP Cascais – 214 839 100
– Piquete da PJ 211 967 000 – [email protected]
Valongo
– Câmara Municipal de Valongo: Gabinete Primeiro Passo – Dr.ª Teresa Rodrigues 936888871.
– Cruz Vermelha Portuguesa: “Silêncio Quebrado”; Linha de aconselhamento disponível 24h/dia – 910401054 [email protected]
– CPCJ de Valongo – 224 228 149/ 93 229 23 17
– PSP- Gabinete de atendimento e informação à vítima – 229785194 (António Jorge Gonçalves Bispo/[email protected]) [email protected]
Deixamos-lhe informação útil, caso queira ler mais sobre o assunto:
https://www.ordemdospsicologos.pt/pt/noticia/2108
https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/efpa_coronavirus_maio2020.pdf